quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Entrevista com o autor do "Guia Turismo Sexual", Cristiano Nogueira.


Titulo original:
Uma entrevista com o autor do guia "Rio for partiers"
Texto: Pedro Serra


Deixando para trás a polêmica do ano passado, quando a Embratur solicitou seu recolhimento por considerar que o livro estimulava o turismo sexual e expunha “o povo brasileiro a situação vexatória”, o guia “Rio for partiers” (Rio para festeiros) ressurge nas prateleiras das livrarias cariocas. O leitor, porém, não irá encontrar ali as três páginas que causaram a revolta do governo, onde o autor Cristiano Nogueira classificava as mulheres cariocas por estilos, descrevendo, segundo o tradutor que os caras da Embratur foram arrumar, o grupo das “popozudas” como ”máquinas de sexo”.
O relançamento aconteceu em Janeiro, em um quiosque na Lagoa e, como eu não pude ir, liguei
ontem para o Cristiano Nogueira para saber um pouco mais do livro. Apesar de liberado pela Justiça, que derrubou a liminar que impedia a circulação do “Rio for partiers”, ele não quis arriscar e tirou as páginas que continham a classificação que gerou a revolta do governo.


– Achei melhor tirar o capítulo sobre namoros, já que não fui

compreendido. A minha intenção era, usando uma linguagem descontraída, mostrar ao turista como ele pode ter um relacionamento com as brasileiras. Mas percebemos que, depois dessa vitória parcial contra a censura, está havendo uma melhor compreensão do objetivo do guia, que é divulgar, de forma bem humorada e irreverente, os atrativos do Rio aos turistas de outros países. Não deixo de lembrar que o livro continua censurado (mesmo que em parte) pelo fato de duas desembargadoras que, ao que parece, nem leram o guia, estarem dispostas a lutar contra a causa antifeminista, da qual o livro foi acusado erroneamente pela Embratur– explicou.
Quando releio o meu post “Rio de Janeiro, o guia completo“, entendo bem as explicações do Cristiano. Depois que escrevi o guia pela primeira vez, vi que poderia ser mal compreendido em algumas das minhas explicações pouco politicamente corretas sobre as tribos da cidade, e acabei apagando uns quatro parágrafos. Ainda os tenho em meu computador e acho, realmente, que eram a melhor parte de todo o texto, mas preferi deixar de fora… o mundo anda tão chato, sem senso de humor, com todo mundo se sentindo tão ofendido por qualquer coisa e tão disposto a colocar a boca no trombone, que eu preferi me poupar da dor de cabeça.

Cristiano é formado em design – daí um guia que prima pela parte gráfica – trabalhava com marketing digital e, um belo dia, largou tudo para se dedicar ao livro. A ideia surgiu em 2001 quando, após ter morado 10 anos na Áustra e sete em Chicago, voltou ao Rio de Janeiro com uma visão diferente da cidade.
– Passei a entender o que os gringos viam, uma perspectiva diferente. Não sou antropólogo nem sociólogo, apenas quis mostrar o melhor do Rio para os turistas. Juntei uma equipe e, após sete meses de trabalho, tínhamos organizado todas as informações do guia.
Com cerca de 200 página e disponível em inglês e espanhol (com o título de “Rio sin parar“), o guia custa R$ 40 e tem 1/3 das suas vendas feitas nos Estados Unidos. O restante é comprado por turistas aqui no Brasil mesmo. Há ainda uma versão em PDF que pode ser baixada por US$ 20 na página rioforpartiers.com, onde você também encontra uma versão sobre salvador. O “Rio for partiers” já recebeu dois prêmios internacionais: “Best New Travel Guide” e “Grand Prize Best Travel Publication”,
Engana-se, porém, quem acha que Cristiano está rico e vivendo apenas da renda de seus guias. Segundo ele, quem escreve um livro não pode pensar em dinheiro.


– Se alguém fala que vai escrever um livro, o está fazendo por ego, porque isso não dá dinheiro. Se eu tenho lucro, é porque a empresa evoluiu, passou a fazer parceria com anunciantes, marketing. Apenas uma pequena parte do dinheiro vem da venda dos guias (Talvez seja por isso que ele atendeu prontamente ao meu pedido e ficou de me enviar um exemplar).
No papo descontraído de pouco mais de dez minutos que tive com Cristiano ao telefone, me identifiquei muito quando ele falou das mudanças em sua vida depois que começou a editar o “Rio for partiers”. Após a criação do Sem Destino, sempre que vou a algum lugar, fico pensando no que posso transformar em post para o blog. Com ele não é diferente.
– Depois de começar a trabalhar com isso, não consigo mais ir a uma boate e me divertir. Fico prestando atençào às roupas que as pessoas estão vestindo, que drinks estão bebendo, a que horas chegam. Analiso os preços, quais os cartões são aceitos. Quem trabalha com turismo, não tira férias nunca. Mas posso lhe garantir que não é o pior dos mundos.


Estereótipos

Além de indicar locais propícios para os turistas que procuram sexo no Rio,o “Rio For Partiers” classifica as cariocas em quatro “categorias”: as “popozudas”,
por exemplo, seriam um bom investimento, já que “o motel é sempre uma possibilidade com essas maravilhas”. Também haveria as “Britney Spears”, as “hippie/raver” e as “Balzac”. As “Britneys” seriam as filhinhas de papai, que se vestem como a cantora, mas não deixam ninguém cantá-las. “Pode esquecê-las a menos que seja apresentado a uma”.

Já as “hippies/ravers” são “garotas divertidas, fáceis de se aproximar, fáceis de conversar, difíceis de beijar, fáceis de ir para a balada”. A “Balzac” é a mulher que “quer se divertir, dançar, beber e beijar”. O guia sugere tratá-la “como uma dama, que elas te tratarão como um rei, talvez não hoje à noite, mas amanhã com certeza”.

Pra assistir o vídeo sobre o Guia "Rio for partiers" , clique aqui

Um comentário:

  1. Imagino que esse guia deva ter deixado muito gringo com os pentelhos do **** em pé de tanta curiosdade e as mulheres devem ter ficado fulas de raiva,kkkkkkk

    eu diria que esse é qse um manual pra gringo aprender a chegar nas brasileiras...adorei!!!

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