sábado, 30 de outubro de 2010

ALEMÃES DETIDOS APÓS TIRAR ROUPA !

Dois turistas alemães foram levados para a Delegacia de Proteção ao Turista, em Salvador, após tirar a roupa no saguão do Aeroporto Internacional de Salvador. Um terceiro, que estava com o grupo, também foi conduzido à delegacia para prestar depoimento.

Os três, todos com mais de 60 anos, deveriam embarcar para a Alemanha, mas foram impedidos de entrar no avião depois que dois deles baixaram as calças no saguão do aeroporto.

Segundo a delegada Maritta Souza, os turistas disseram que não acharam que a troca de roupas incomodaria as pessoas presentes no local. No depoimento, os alemães declararam ter pensado que trocar de roupas em público era algo comum no país, dado o comportamento dos brasileiros nas praias.

Maritta informou que os dois turistas foram indiciados por prática de ato obsceno e liberados.



quinta-feira, 28 de outubro de 2010

BRASILEIRO TRAI SEM PRESERVATIVO !


Titulo original:
Pesquisa revela que brasileiro trai e muitos não usam preservativo
Texto: Pamela Oliveira


Rio - Boa parcela dos brasileiros que têm relacionamentos estáveis trai seus companheiros. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde, cerca de 7,1 milhões (16%) de homens e mulheres — dos 43,9 milhões que vivem com companheiros — admitiram que fazem sexo fora do casamento. E o pior: 63% não usam preservativos quando são infiéis, segundo a ‘Pesquisa sobre Comportamento, Atitudes e Práticas Relacionadas às
DSTs e Aids da População Brasileira (PCAP)’, divulgada ontem. O estudo mostra ainda que o número de brasileiros que fizeram sexo casual com mais de cinco pessoas no ano anterior mais do que dobrou em quatro anos. Em 2004, 4 em cada 100 admitiram a prática. Agora, eles são 9.

“A pesquisa mostra que homens e mulheres com relações estáveis não estão isentos de ter relacionamentos casuais. Boa parte dos que têm um relacionamento estável, seja um casamento formal ou não, faz sexo fora do casamento. O dado preocupante é que, quando se faz sexo com uma terceira pessoa sem preservativo, se está colocando a vida de si próprio e do companheiro em risco”, alerta Eduardo Barbosa, diretor-adjunto do Departamento de DST/Aids do ministério.

>>Você acha seguro marcar encontros com alguém pela Internet?<< Comente

Ela não é a única. Segundo o levantamento, realizado com amostragem de 8 mil pessoas com idades entre 15 e 64 anos, entre as mulheres que traem seus companheiros 75% não usam preservativo. Já entre os homens, 57% traem sem medo de ser contaminados por doenças sexuais.
“Gostaríamos que toda a população usasse preservativo sempre, inclusive os casados.
Mas sabemos que isso seria um mundo ideal. Então, nossa proposta é que as pessoas usem o preservativo pelo menos nas relações não estáveis. As pessoas podem ter o direito de ser infiéis, mas deveriam se preocupar com a possibilidade de contaminar seu companheiro”, afirma Barbosa.

A falta de cuidado se mantém entre os solteiros. Na PCAP de 2004, 51,6% afirmavam usar preservativo sempre que faziam sexo com parceiros eventuais. O percentual caiu para 46,5% no ano passado.
A pesquisa confirmou o que os ciumentos já vinham há muito tempo percebendo: a Internet como facilitadora de sexo eventual. Entre os homens, 10,3% admitem ter feito sexo com alguém que conheceram na Internet. Quando o recorte é por faixa etária, 10,5% dos jovens (15 a 24 anos) já fizeram sexo com alguém que conheceram da Internet.
“Uma coisa nova que surge é a Internet como espaço de encontro, o que vai exigir do governo novas estratégias para lidar com essa realidade”, afirmou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante a apresentação do estudo. “Em sites de relacionamento, como Orkut, nos blogs e outros espaços na rede mundial de computadores, o ministério vai ter de entrar e levar informações, discutir, entrar em debates. Qual é a informação central? Não pode haver relacionamento sem uso de preservativo. O preservativo é a maneira mais segura de se prevenir a infecção com o vírus HIV”, lembra. Segundo Barbosa, a preocupação é o sexo eventual desprotegido. “No mundo virtual você pode tudo. Quando se encontram, vão direto para as relações casuais e acabam se expondo às doenças.”




CAMISINHA, VELHA CONHECIDA

A boa notícia é que o brasileiro tem informação. Mais de 95% sabem que o uso do preservativo é a melhor forma de se evitar a contaminação pelo HIV. Segundo o ministério, esse é um índices mais altos do mundo. Pesquisa realizada em 64 países indicou que 40% dos homens e 38% das mulheres com idades entre 15 e 24 anos têm a informação.
Jovens são os que mais se protegem
A faixa etária de 15 a 24 anos é a campeã no uso de preservativos. Na última relação sexual com parceiros casuais, 68% destes jovens usaram camisinha, enquanto nos maiores de 50 anos a proporção não chega a 38%. Com parceiros fixos, 30,7% dos jovens costumam usar camisinha. “Os jovens de hoje nasceram na era da Aids, por isso a relação com o preservativo é mais habitual”, diz Mariângela Simão, diretora do Departamento de DST e Aids do ministério. Segundo o estudo, quanto mais jovem, maior a chance de usar — a cada ano a mais de idade, diminui em 1% a chance de a pessoa usar camisinha.
“Minha maior preocupação são as DSTs. Acho importante até com namorada”, diz o universitário Rodrigo Cunha, 19, que usa preservativo desde sua 1ª vez. Também estudante, Pedro Soares, 19, defende o sexo seguro nas relações eventuais. Ele, porém, reconhece que quando entra em relação duradoura abre mão da camisinha. “Não tenho namorada, mas se tivesse não usaria”, diz Pedro, que revela já ter saído com mulheres que pediram para não usar.



quarta-feira, 27 de outubro de 2010

INTEGRAÇÃO OU DESADAPTAÇÃO

Titulo original:
O Emigrantes: Integração ou desadaptação
Texto: Rui Marins



Os emigrantes brasileiros nos Estados Unidos, nos países europeus ou no Japão vivem realidades bem diversas, quando conseguem ter residência definitiva, principalmente com relação aos seus filhos e netos. Quando se fala na necessidade do governo criar um órgão institucional emigrante, autônomo e independente do Ministério das Relações Exteriores, já que nossos emigrantes constituem nos seus mais de três milhões um autêntico Estado emigrante virtual, isso não quer dizer criar no Exterior comunidades brasileiras alheias à soberania dos países onde vivem.
É verdade que, embora os EUA dêem mesmo a nacionalidade estadunidense aos emigrantes documentados e aos seus filhos nascidos no território americano, são o exemplo típico do comunitarismo emigrante, ou convívio em separado. Os emigrantes vivem em bolsões separados, segundo sua nacionalidade, sejam os italianos, os portoriquenhos, os chicos, os chineses, os cubanos e, mais recentemente, os brasileiros.

Seus filhos, seja qual for a pele ou o tipo de olhos, assumem rapidamente a consciência de cidadãos estadunidenses, porém conservam mais facilmente os vínculos com a origem por crescerem dentro de comunidades verde-amarelas. No caso de casais mistos, a ligação com as tradições brasileiras e com o idioma brasileiro nem sempre se preservam ou são mais atenuadas.


Nos países europeus existe uma maior preocupação com a integração dos emigrantes na vida do país, para se evitar a criação de bolsões de nacionalidades estrangeiras diversas. O que nem sempre é fácil, visto a rejeição dos nacionais a certos estrangeiros, como os africanos e os árabes vindos do Magreb, norte da África. Na Alemanha, por exemplo, formou-se um grande bolsão turco. Filhos e netos de emigrantes turcos continuam sendo turcos e essa política desfavorece o processo de integração. O mesmo ocorre na Suíça, onde a nacionalidade suíça, só se transmite pela mãe ou pelo pai suíços, porém, no caso da emigração brasileira, em grande parte por casamento misto, há muito clima para uma rápida integração.


O Japão é o país onde os emigrantes brasileiros sofrem maiores dificuldades para se integrar Paradoxalmente, é o único país onde não existe imigração ilegal e onde a quase totalidade dos emigrantes brasileiros é de origem japonesa, geralmente netos dos imigrantes japoneses no Brasil. Existe um órgão japonês no Brasil encarregado da emigração e diversas escolas privadas para os filhos dos nossos emigrantes foram criadas no Japão. Essas escolas acabaram se tornando o principal fator de des-integração dos emigrantes brasileiros no Japão. Não sendo totalmente bilingues, mas dando formação em brasileiro e um aprendizado rudimentar do japonês, impedem ao jovem brasileiro ingressar profissional e socialmente na fechada sociedade japonesa que não reconhece como japoneses os descendentes dos que se expatriaram.

O movimento Estado do Emigrante não tem nenhum interesse em criar bolsões de filhos e netos de brasileiros não integrados na sociedade do país de acolha. Ser estrangeiro no país de acolha não é coisa que se almeje transmitir para seus filhos e netos. A perfeita integração é um ideal para a felicidade pessoal do emigrante e sua descendência. E quando se fala em integração se marca a diferença com a assimilação, processo pelo qual o estrangeiro abre mão de todas suas origens e se submete à cultura e língua do país de acolha. Pela integração, se adiciona a língua e a cultura do país de acolha ao que se trouxe do país de origem.


Em Berna, capital suíça, se pode bem exemplificar essa situação com os emigrantes francófonos vindos de países africanos de língua francesa. Durante mais de 60 anos, os próprios suíços mas de língua francesa viveram isolados em Berna, cidade de língua alemã, numa opção comunitarista, negando-se a aprender o dialeto local e o alemão, excluindo-se praticamente da vida bernesa. Em 2002, criamos a associação www.francophones-de-berne.ch , em favor do ensino bilingue francoalemão nas escolas primária, secundária e colegial, como maneira de se integrar os emigrantes francófonos, vindos do Magreb e da própria França, dentro da cidade de Berna. Com o objetivo de se guardar a língua de origem, o francês, aprendendo-se o dialeto e o alemão da cidade que os acolheu. O movimento bilíngue tem evoluído e atualmente o prefeito local estuda nosso projeto de integração da população francófona pelo ensino bilíngue nas escolas.

O movimento dos Brasileirinhos Apátridas não visava um desenvolvimento emigrante comunitarista, mas evitar que filhos dos nossos emigrantes se tornassem apátridas ao chegar à maioridade, já que o Brasil tinha retirado em 94 a nacionalidade nata dos filhos de brasileiros nascidos no Exterior. Esse absurdo, corrigido em setembro de 2007 por uma emenda constitucional, lançada e apoiada pelo movimento Brasileirinhos Apátridas, mostrou igualmente a inércia do MRE diante do grave problema e é a base do movimento por um órgão institucional emigrante independente e autônomo do MRE, ligado diretamente ao governo, como uma Secretaria de Estado da Emigração.

Porém, um mal-entendido precisa ser desfeito – os filhos de pai e mãe brasileiros emigrantes, exceto em países fechados com o Japão, Suíça, Alemanha, onde continuam sendo considerados estrangeiros mesmo lá nascendo – não são mais emigrantes. Porém crianças e jovens estadunidenses, franceses, e de outras nacionalidades, com vínculos brasileiros, cultura e língua, que, de preferência devem ser preservados como um capital de origem. Crianças em grande parte binacionais, mas perfeitamente integradas no país onde nasceram e onde vivem. Tenho quatro filhas, duas do exílio nascidas em Paris, e duas nascidas em Berna, na Suíça. As quatro são binacionais, mas na verdade são duas francesas e duas suíças, com ligações fortes com o Brasil. Seria ridículo considerá-las emigrantes, assim como os filhos de nossos imigrantes vindos da Itália, Espanha e Alemanha são brasileiros e nem passa pela cabeça de ninguém considerá-los ainda imigrantes.


terça-feira, 26 de outubro de 2010

GUIA TRAIÇÃO MUNDIAL


Titulo original:
O guia mundial da infidelidade
Texto: Fernanda Colavitti


Uma jornalista americana pesquisa oito países para descobrir como e por que as pessoas traem - e como seus parceiros reagem. No Brasil...

CLÁUDIA, 45 ANOS
Ela é casada há 20 anos e trai o marido há dez, "sem peso na consciência"

Durante os 20 anos de seu casamento, ela foi infiel ao marido uma única vez. Envolveu-se com um colega de trabalho com o qual trocava e-mails e passou a manter encontros clandestinos em estacionamentos. O caso durou um ano. Quando seu marido descobriu, já tinha acabado há tempos. Mas seu casamento gira em torno dessa aventura até hoje. O marido não pediu divórcio, mas tampouco conseguiu superar. Quando o casal está junto - a maior parte do tempo, pois ele só permite que ela saia sozinha para trabalhar -, o assunto é a traição. O marido costuma pedir detalhes de todos os encontros clandestinos com seu amante, enquanto os dois caem em prantos. Ele aprendeu nos livros de autoajuda e nos grupos de terapia que essa é a melhor maneira de se recuperar do trauma. É a chamada cura pela confissão, um método popular de tratamento para esse tipo de drama nos Estados Unidos - o país ocidental onde as pessoas dizem sentir mais culpa e sofrer mais com as traições.

Esse pequeno relato do inferno faz parte do livro Na ponta da língua, da jornalista americana Pamela Druckerman, que será lançado no Brasil em agosto. Ela visitou oito países para pesquisar como diferentes culturas lidam com as "viradas furtivas à esquerda", com os "maravilhosos intervalos" ou com a "saída da estrada", como os russos, indonésios e japoneses se referem, respectivamente, àquilo que, em bom português, chamamos de pular a cerca. Pamela não fez uma obra científica, fez um relato jornalístico em que as expressões idiomáticas variam e as reações sociais também, mas a traição aparece como uma constante universal. A ideia de pesquisar o adultério veio depois que Pamela viveu um tempo na Argentina e no Brasil, trabalhando como correspondente do Wall Street Journal. Ela ficou intrigada com a quantidade de propostas indecorosas que recebeu de homens casados e resolveu entender melhor como funcionam (ou não) as regras de fidelidade.

O resultado é esclarecedor. Numa visão panorâmica, saltam aos olhos os diferentes comportamentos de países pobres e ricos. Nos pobres, os homens traem mais e as mulheres menos. Nos países ricos, ambos traem menos. "O que fica claro não é a moral de cada um, mas a dependência econômica das mulheres", disse Pamela a ÉPOCA. Quando se volta para cada um dos países que estudou, fica clara a existência de várias culturas sexuais, que se refletem na linguagem. Na França, ao entrevistar um pesquisador do que seria o Ministério da Saúde, ela foi interrompida no meio de uma frase ao usar a expressão "infidelidade". Agitado, o estudioso explicou que não admitia o uso dessa palavra porque ela tinha conotação religiosa. "Nós chamamos de multirrelacionamentos simultâneos", disse o francês. Na Nigéria, ela descobriu que homens e mulheres dizem estar "trabalhando na rede do sexo" quando estão enganando o cônjuge. Eles não acham que estejam fazendo nada errado ou passível de punição.

Para além das diferenças das palavras, Pamela descobriu em suas viagens um universo sexual e conjugal que varia enormemente. O exemplo mais espetacular é o Japão. Lá as lojas não vendem colchões de casal. Mesmo casadas, as pessoas dormem separadas. Quando nasce o bebê, a mãe se muda para um quarto com ele, e ali fica por cinco ou seis anos. Em seu lugar, no quarto do casal, o marido costuma pôr um sistema de som e uma TV de muitas polegadas. Intimidade como nós a conhecemos não existe. Nesse cenário, claro, a traição é uma rotina. As mulheres mais jovens procuram amantes e os homens vão aos clubes de cortesãs, onde pagam para conversar. A cultura de discrição facilita a prática do adultério.

A Rússia, por várias razões, é outro país peculiar. Depois de 72 anos de comunismo, a religiosidade e o sentimento de pecado foram quase abolidos. Quando desapareceu também a repressão do regime, no início dos anos 90, a sociedade caiu na farra. Hoje em dia, os russos - homens e mulheres - se orgulham da desenvoltura com a qual traem."Foi o único lugar que eu visitei em que as pessoas se vangloriam de ser infiéis", diz Pamela. O Brasil não entrou na pesquisa do livro, mas certamente teríamos algo a ensinar. Por aqui, 21% dos homens casados ou que vivem com companheiras e 11% das mulheres na mesma situação disseram ter relações sexuais extraconjugais. O levantamento nacional foi divulgado no mês passado pelo Ministério da Saúde. Esses índices nos aproximam dos africanos e nos deixam a quilômetros de países como Estados Unidos, França e Itália, onde cerca de 3,7% dos homens e 3,1% das mulheres admitem enganar seus parceiros. No Brasil, a cultura sexual é bem mais liberal. "Se o parceiro não souber, não existe culpa. Ela só aparece quando o caso é descoberto", diz a antropóloga carioca Mirian Goldenberg, autora do livro Infiel. "Eu não diria nem que é culpa, mas sim arrependimento. O importante não é ser fiel, mas o outro acreditar que você é." Nesse ponto, somos parecidos com os franceses e totalmente diferentes dos americanos.

A socióloga paulistana que prefere ser identificada como Cláudia, de 45 anos, é um exemplo dessa maneira de lidar com a infidelidade. Casada há 20 anos, ela mantém um caso extraconjugal há dez, com um colega de trabalho, também casado. O affair começou quando ela estava na faculdade e seguiu depois do casamento dela. E dele. Ela diz que se dá bem com o marido, mas que o amante é uma história à parte: alguém com quem ela se dá bem intelectual e sexualmente e que a tira da rotina do casamento. "É o lado leve. Você está junto só para fazer coisas agradáveis. É uma espécie de lado B meu", diz ela. E é justamente por isso que Cláudia diz não ter conflitos internos. "Considero isso uma parte totalmente separada da minha vida oficial, que não interfere no meu casamento. Não sinto peso na consciência", diz ela, que, inclusive, mantém um blog onde conta suas aventuras amorosas.

Outro estereótipo que não se confirma na prática é o do machão inflexível, que não perdoa jamais uma traição. "Eles são capazes de superar sim, contanto que os outros não saibam. O maior problema masculino é a imagem de corno, não a traição propriamente dita. Eles geralmente não querem terminar a relação", diz Mirian. Exatamente como o empresário paranaense Gustavo, de 30 anos. Ele descobriu que sua atual mulher e então namorada o tinha traído algumas vezes, inclusive com um ex-namorado de quem sempre desconfiou. Apesar de sua reação explosiva - ele diz que, para não dar um soco na cara da namorada, esmurrou a parede e quebrou a mão -, ele continuou o namoro. "Como eu não era carinhoso, atencioso, motivos que ela alegou para me trair, e a gente brigava muito, resolvi assumir um pouco da culpa nisso tudo e segui em frente", diz ele. Apesar das brigas e desconfianças, continuaram juntos e casaram. Aí veio a segunda traição. Gustavo diz que foi em um período no qual ele estava trabalhando muito e não tinha tempo para a mulher, que acabou transando com um colega de trabalho. Ele descobriu por meio da mulher do tal colega. "Dessa vez já estava vacinado. Não foi terrível, mas foi bem difícil. Pensei em me separar, mas, como ela insistiu muito, chorou, implorou, e como eu a amo, perdoei mais uma vez", diz. Gustavo diz que não superou: "Fico com a pulga atrás da orelha, pensando que pode acontecer de novo".

Pamela conclui seu estudo dizendo que, apesar de a monogamia ser o ideal em quase todo o mundo, as pessoas tendem a aceitar que é normal para pessoas casadas ter pequenos flertes e atrações e, às vezes, algo mais. Isso não quer dizer que a infidelidade não machuque e cause prejuízos emocionais. Por isso ela aconselha a fazer como os franceses: "Encare a traição como uma parte desagradável do conto de fadas, não como o fim da história".

Infidelidade pelo mundo
Como as diferentes culturas lidam com a traição

CHINA
O crescimento econômico e o aumento da privacidade criaram oportunidades para a traição. Há um esforço para banir o adultério entre as autoridades, visto como a principal causa de corrupção no país. Acredita-se que os políticos precisariam roubar para atender às demandas de suas amantes

ESTADOS UNIDOS
Os americanos são os que mais sofrem com a infidelidade, tanto na posição de culpado quanto na de vítima. A descoberta de um adultério é tão grave que sites especializados descrevem a situação como o "Dia D", em alusão ao desembarque das tropas aliadas na Europa, durante a Segunda Guerra Mundial

FRANÇA
Não faz jus à fama de país da infidelidade. As estatísticas mostram que os franceses enganam tanto quanto os americanos e não são indiferentes à traição. Pesquisas de opinião mostram que a fidelidade é a qualidade mais importante que as francesas procuram num parceiro

INDONÉSIA
Único país muçulmano pesquisado, lá a poligamia é legal, apesar de não parecer uma boa ideia para a maioria das mulheres, que se envergonham de ser a segunda esposa. Já para os homens, a poligamia é a justificativa para a fidelidade: homens com uma única esposa traem

JAPÃO
Já que não é costume conversar sobre problemas cotidianos com os parceiros ou fazer sexo regularmente, são amantes e prostitutas que cumprem essas funções no Japão. Os homens de negócios não acham que pagar por sexo seja traição. As esposas concordam. Culpa é uma palavra desconhecida

RÚSSIA
Os russos aprovam a infidelidade mais do que as pessoas de qualquer dos países do estudo. Eles não sentem a menor culpa por mentir e não esperam fidelidade do parceiro. Ter uma relação fora do casamento durante uma viagem não é considerado traição


Papo rápido > Pamela Druckerman

De sua casa, em Paris, a jornalista falou a ÉPOCA sobre suas aventuras em busca de traição

Durante o tempo em que você morou no Brasil, qual foi sua percepção sobre a infidelidade por aqui?
Pamela Druckerman - O que mais me impressionou foi o

fato de os homens casados se vangloriarem de suas
infidelidades entre amigos. Nos Estados Unidos, isso é um segredo absoluto, e os homens sentem vergonha ou medo de contar que estão traindo. Minha impressão é que aí há uma aceitação maior de que a libido masculina, inevitavelmente, leva à traição. Também tive a impressão de que as mulheres brasileiras são muito vigilantes e protetoras em relação a seus maridos. Elas sabem o risco que correm.

Chamar um homem de corno é um dos xingamentos mais ofensivos aqui. Você notou isso em algum outro país?

Pamela - Conheço a palavra, ela é conhecida nos Estados Unidos também, mas lá a expressão "cônjuge traído", que sublinha a existência de uma vítima, é a mais usada. Acredito que nos países em que existe a cultura do "macho", como no Brasil e na Itália, a expressão seja mais ofensiva. Na Itália, os torcedores de times adversários também se xingam mutuamente de corno.

Você pesquisou sobre o papel das tecnologias (como celular e internet) nas traições?

Pamela - A maioria das infidelidades que investiguei envolvia algum tipo de tecnologia. Nos países mais pobres, quase todos se comunicam com seus amantes por meio de SMS. Nos ricos, por e-mail.

Você é casada. Depois dessa imersão no mundo da traição, como ficou sua percepção sobre fidelidade e casamento ?

Pamela - Estou tentando adotar a visão francesa, segundo a qual a traição pode ser uma desagradável parte do conto de fadas, mas não o fim da história.


segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ORKUT: BOBAGEM BRASILEIRO

Titulo original:
10 motivos porque os gringos acham que amamos o Orkut
Texto: Isaías Malta


Ninguém entende porque o Orkut só deu certo no Brasil e na Índia, será que a simples explicação da devassidão das nossas mulheres e o voyeurismo dos nossos homens e os deles (em espionar as nossas) é suficientemente forte para explicar tamanho sucesso? Quem responder cabalmente a estas perguntas, pode entrar em contato com o Google que será contratado a peso de ouro, pois o que eles mais procuram nestes momentos é encontrar as chaves de uma Rede Social perfeita que agrade gregos e troianos, algo como um segundo pulo do gato do Facebook.

Usuários de Orkut 2010
Flag of Brazil.svg Brasil 48.0%
Flag of India.svg Índia 39.2%
Flag of the United States.svg Estados Unidos 2.2%
Flag of Japan.svg Japão 2.1%
Flag of Pakistan.svg Paquistão 1.0%
Outros 5.3%


Então, veja a seguir o que os gringos pensam sobre o nosso fascínio orkutiano, que com apenas dois países no seu portfólio conquistou 110 milhões de almas, posição onde estancou e de onde nunca mais foi para frente.

1) Os brasileiros são tão incrivelmente gregários, que poderíamos defini-los como tribalistas. Lá as pessoas tendem a se organizar em grupos homogêneos que compartilham interesses comuns: fãs de Heavy Metal, evangélicos, sambistas, macumbeiros, funkeiros, simpatizantes/odiadores do PT, cultuadores da Skol ou Kaiser, etc.

2) O grande forte do Orkut é a facilidade de criação das “comus”, que tanto caíram no gosto dos internautas, que a maioria dos orkutianos aderem a dezenas e até a centenas dessas comunidades que tratam de todos os assuntos, desde os nonsense aos mentecaptos: Paixões: comer, meus amigos – Eu vejo siri onde não tem – Eu sou muito louco – Libertação dos Anões de Jardim – Eu nunca tive um gorila – Eu tenho ódio platônico – O olhinho que vê tudo me viu – Nunca apanhei de um canguru.

3) Brasileiros gostam de “tudo que é seu” e tem orgulho daquilo que são bons, futebol, música, cultura, predominância econômica na América do Sul, etc. No momento que souberam que os gringos haviam abandonado em massa e que o Orkut se tornara praticamente “brasileiro”, aderiram com mais entusiasmo.

4) A palavra Orkut é extremamente fácil de ser pronunciada em português, diferentemente de Facebook, MySpace, Twitter, Yahoo, etc. Quando os brasileiros pronunciam “Orkut”, acentuam o T final, cujo resultado é o sonoro “ti”, ou seja, vira uma palavra fácil de pronunciar e lembrar na próxima vez que sentam na frente do computador (eles realmente nos tomam como macacos!).

5) Há uma enorme semelhança fonética entre as palavras Yakult e Orkut. Ora, sabe-se que a maioria das crianças brasileiras costuma beber este popular leite fermentado de origem japonesa, o que rendeu popularidade, não intencionalmente planejada, à Rede Social do Google.

6) Os brasileiros são extremamente desconfiados, em virtude das pressões exercidas pelas gritantes diferenças sociais. Neste contexto, o Orkut lhes oferece ferramentas efetivas (fuçar antes no perfil dos outros) de avaliação prévia dos potenciais novos amigos.

7) Os brasileiros são extremamente exibicionistas (principalmente as mulheres) e pouco se importam com configurações de privacidade na Internet. Acrescente-se a isto a vocação voyeurista dos homens que tem a mania de ficar fuçando nos perfis femininos para descobrir novas oportunidades sexuais, e temos o prato cheio da preferência nacional pelo Orkut. (Quem navega pelos álbuns de fotos do Orkut sabe do que os gringos estão falando.)

8) Um dos grandes entraves a separar o Brasil das nações desenvolvidas é o fato de ser um dos campeoníssimos mundiais de péssima distribuição de renda. Ora, o corolário disto é o fracasso acachapante do sistema educacional, que unido à desgraça do país ter mais de 50 milhões de pobres, trouxe à lume a classe dos chamados “excluídos digitais”. Logo, neste dantesco cenário de precária cultura informacional, o Orkut caiu como uma luva, cuja interface simples e intuitiva contrasta com a complexa operacionalidade do Facebook, que fica parecendo um painel de controle da NASA. (Mexer no Orkut é Mara!)

9) Os brasileiros são tão leais a marcas e produtos (ignorantes?), que compram impulsivamente antes de pesquisar na Internet as impressões dos outros usuários sobre aquele produto. Tal fidelidade cega explica simultaneamente o sucesso do Orkut e da bomba fotográfica chamada Tekpix.

10) No Brasil, o sistema de buscas do Google é uma das maiores unanimidades do mundo, sendo percentualmente mais usado neste país do que nas terras do Tio Sam. Seria este uso massivo o fator alavancador do tremendo sucesso do Orkut?

Logicamente, que junto aos pensamentos dos gringos embuti os meus próprios, pois eles jamais terão uma leitura suficientemente ladina da nossa realidade que lhes permita compreender as nossas complexas percepções, paradoxalmente anti-cosmopolitas e desejosas de relacionamentos com estrangeiros.

Por mais que os gringos questionem, não conseguem vislumbrar as razões lógicas do Orkut ter decolado apenas no Brasil e Índia. Os reais motivos, provavelmente ligados às peculiares idiossincrasias locais, talvez nunca venham a ser completamente elucidados, o que tem obstaculizado a voracidade do Google em criar uma Rede Social de penetração realmente global, que pelo menos repita o meio bilhão de almas amealhado pelo Facebook.

Quem souber objetivamente tais respostas, certamente estará multimilionário da noite para o dia, como conseguiu fazer Mark Zuckerberg quando criou o Facebook, aquilo que poderá se tornar a ruína do Google.

Referências:
» Why Brazil loves Orkut!
» Social Network World Map: Why do Indians & Brazilians love Orkut?

Um tal Natália teve o seguinte comentário:
"Orkut é falta de cultura. Há pessoas que têm 2, 3 perfis lá e acham que quanto mais gente ter, mais legal ela é. E nem se importam com a qualidade de pessoas adicionando elas, fakes, pessoas que se acham. Ah, sem contar aquelas pessoas que fazem propaganda grátis de marcas de roupas/sapatos acessórios, tipo "Oakley" entre outros que não quero divulgar de graça. Sinceramente, brasileiros no orkut, só tem putaria, babaquice, burrice e tudo que é ruim. Raras exceções que se salvam."

E um Anônimo diz:
"O decimo-primeiro motivo: No Brasil a grande maioria das pessoas é idiota, daí a facilidade de gostar de uma bosta como o Orkut."

Um tal Daniel comentou:
"Gosto do Orkut pela interface simples e a existência de comunidades, que é uma idéia muito boa.
O problema é a banalização de contas e a P*TARIA que tomou conta da coisa, é uma pena mesmo.
Tenho Facebook tb, não falo mal de nada, mas o povo tem que parar de ser paga-pau dos gringos.
"


sábado, 23 de outubro de 2010

QUE GRINGO ESTRESSADO ?

Brasileiro é o segundo povo mais estressado do mundo!

De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela Associação Internacional de Controle do Estresse (Isma, sigla em inglês), os brasileiros ocupam o segundo lugar no ranking do povo mais estressado do mundo. O primeiro lugar é ocupado pelos japoneses.


O estresse está entre uma das mais frequentes doenças da modernidade. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o transtorno já é considerado o mal do século XXI.


A agitação da vida moderna, a competitividade, a violência, o bombardeio de informações, as frágeis relações sociais e amorosas estão entre os principais fatores para o desenvolvimento do estresse, que vem sendo considerado o responsável pelo aparecimento de muitas doenças crônicas.


A pesquisa, realizada pela representante brasileira da associação, aponta que mais de 50% das mortes estão ligadas a doenças desencadeadas pelo estresse. É cada vez maior a associação do distúrbio com doenças, como câncer, hipertensão, enfarte, úlceras e diabetes. Hábitos saudáveis, praticados desde a juventude, podem ser o segredo para impedir a manifestação do transtorno.


O estresse pode se manifestar de diferentes maneiras. Em geral, começa com mudanças insignificantes nos sentimentos, pensamentos, ações e reações físicas. O estresse é uma doença silenciosa e, por isso muitas vezes de difícil diagnóstico.
Fonte: Isaude.net


Será que esse fato complica ainda mais o adaptação do Gringo ao Brasil? Não é, como varias pessoas acreditam, o gringo que sempre anda estressado nas ruas brasileiras?


Como citado no texto encima: “as frágeis relações sociais e amorosas” estão entre os principais causadores desse estresse. Se esses nativos já têm problemas entre se mesmo, como isso efetua um relacionamento com um gringo? E a adaptação do brasileiro lá fora? É o gringo mesmo, o é o brasileiro que tem que aprender olhar no espelho?

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

BRASILEIROS SE SENTINDO "GRINGO" !

Titulo original:
Os dez mandamentos do Turista metrópoles Asiáticas
Autor: Adriana Setti

Para sentir na pele, tente se transportar ao seguinte cenário.


Você é gringo, tem cara de gringo, jeito de gringo e roupa de gringo. Além disso, você só arranha um “por favor” e um obrigado” em português. E indefeso como um pintinho, acaba de ser despejado no centro de São Paulo ou, quem sabe, em pleno Rio de Janeiro. Com um mísero guia na mão – escrito por um gringo como você –, a sua missão é encontrar um hotel bom e barato e, claro, tentar descobrir os segredos (entre outros motivos, para postar num blog chamado “Achados”) da cidade sem ser massacrado por ela.


Parece pesadelo? Pois mochilar pelo outro lado do mundo e aterrissar em Bangcoc (capital da Tailândia), Ho Chi Minh City (a São Paulo do Vietnã), Hanói (capital vietnamita), Kuala Lumpur (a capital da Malásia) , Phnom Penh (capital do Camboja) e outras metrópoles asiáticas é exatamente quase a mesma coisa. Abre parênteses: com a vantagem de que, pelo menos, assaltar albergue com granada na mão nem passa pela cabeça da patota do olho puxado, graças a Buda, Shiva e Alá. Fecha parênteses.


Com a cabeça calejada de levar pancada, tentei elaborar o rascunho dos dez mandamentos do turista urbano na Ásia (que eu mesma prometerei de joelhos não infringir, sob pena de acabar novamente no inferno).


Vai por mim que você vai se dar bem (ou, sendo mais modesta, pelo menos não vai se dar tão mal):


1. Jamais chegarás sem reservar um lugar para dormir na primeira noite… caso contrário, serás uma ovelha num mundo de lobos famintos: taxistas inescrupulosos que ganham comissões de espeluncas, hotéis que cobram um absurdo de gringos desesperados, tuk-tuks que custarão os olhos da cara, etc.


2. Uma vez reservado um lugar para ficar, tentarás descolar um transporte grátis do aeroporto/rodoviária…ou ao menos procurarás saber o preço máximo da corrida de táxi/tuk tuk/mula/camelo até o destino desejado.


3. Jamais reservarás um lugar para ficar por mais tempo (além dessa primeira noite crucial) sem ver o quarto antes… a menos que o seu melhor amigo o tenha indicado e SE ele houver estado no mesmo lugar muito recentemente. Caso contrário, ainda que você tenha vasculhado o Trip Advisor e o Travel Fish, um obra monumental pode ter começado no dia anterior (isso aconteceu comigo em Phnom Penh, Hanói e Luang Prabang), e outros micos arrasa-férias típicos de cidades em constante transformação.


4. Usarás e abusarás de sites de desconto para hotéis como o Wotif, que tem ofertas espetaculares em estabelecimentos de categoria três estrelas para cima e é focado principalmente nas cidades maiores.


5. Tentarás com todas as forças não chegar à noite, quando tudo sempre parece mais assustador e difícil.


6. Levarás uma boa quantidade de dinheiro vivo, já que apesar de toda a aura de modernidade que paira sobre as grandes cidades asiáticas, o cartão de crédito só é aceito nos restaurantes e hotéis mais caros – e olhe lá (isso deve ser levado a sério principalmente em Hanoi e Bangcoc) – e, muitas vezes, com o acréscimo de taxas absurdas (até 6%!) .


7. Serás valente ao negociar com taxistas e tuk-tuks antes de alojar-se confortavelmente no banco de trás… caso contrário uma corrida poderá custar dez vezes o que pagaria um local.


8. Visitarás o mercado central sem medo de provar os pratos locais (mas levarás no kit de primeiros socorros um bom sal de frutas e um imosec).


9. Aderirás ao método local ao atravessar a rua, ou ficarás para sempre no preso no mesmo quarteirão.


10. Irás com as suas próprias pernas à embaixada de um país vizinho caso precise de um visto para a sua próxima empreitada, ao invés de entregar o seu amado passaporte a uma agência qualquer (mesmo que a atendente fale inglês perfeitamente, tenha cara de bonequinha e pareça ser incapaz de fazer uma maldade).



quarta-feira, 20 de outubro de 2010

GUIA TURISMO SEXUAL ?

Assista esse vídeo polêmico, e comente!

Sobre o guia "Rio for Partiers" (Rio pra Festeiros) do autor Cristiano Nogueira,

que a Embratur solicitou seu recolhimento por considerar que o livro
estimulava o turismo sexual e expunha “o povo brasileiro a situação vexatória”,
o guia ressurge nas prateleiras das livrarias cariocas. O leitor, porém,
não irá encontrar ali as três páginas que causaram a revolta do governo,
onde o autor classificava as mulheres cariocas por estilos,
descrevendo, segundo o tradutor que os caras da Embratur foram arrumar,
o grupo das “popozudas” como ”máquinas de sexo”!





segunda-feira, 18 de outubro de 2010

NO FUTURO SEREMOS GRINGO

Autor: Ricardo Lobo
Com raízes em Ipanema, ele é proprietário da Veltra, conceituada fábrica de equipamentos e acessórios para surfistas, que atua no mercado desde 1984.Ricardo Lobo, empresário carioca e ex-competidor, apresenta uma reflexão sobre o complexo de vira-lata dos brasileiros.
Com vocação comprovada na redação de crônicas que envolvem o universo do surf, Lobo envia-nos esta valiosa colaboração em texto. Confira abaixo.

Confesso que não tinha intenção de escrever sobre este assunto com receio de tratar de algo muito clichê, mas todas as vezes que vou pegar onda ou trabalhar no mercado do surfe escuto alguém pronunciar a palavra “gringo”.
No início, distraidamente, achava que gringo era sinônimo de estrangeiro, mas como nunca chamamos peruano ou argentino de gringo, descartei tal hipótese.

A cena que presenciei recentemente durante a venda de uma prancha em uma loja de surfe me fez escrever esta coluna. Ora, de onde vem essa mania de falar que isto ou aquilo é gringo? De onde vem essa palavra?
Do México. Isso mesmo, a origem da palavra “gringo” vem do México. Surgiu durante os conflitos entre o país e os Estados Unidos. Na ocasião, soldados americanos invadiram o território mexicano vestidos de verde enquanto a população local gritava “green go away”, pedindo que os yankees fossem embora.

Já no Brasil, precisamente no surfe brasileiro, a palavra gringo apesar de continuar tendo significado de exclusão parece seguir caminho oposto. Aqui nós é que temos que ir embora, eles ficam.
Eles ficam! Ora, eles quem? Os americanos? Vamos parar com esta história de sempre culpar os americanos por nossas desilusões. Já bastam os surtos do nosso querido vizinho Hugo Chávez.

A pergunta persiste: Quem são eles, então? Os australianos, os havaianos, os mexicanos? Sinceramente, também não sei responder quem são eles. Mas posso responder com segurança quem não são. Gringo no surfe brasileiro é um conceito de exclusão.

Quando pegamos uma prancha brasileira muito boa nas mãos dizemos: “Nossa, esta pranchinha é gringa!” Quando chegamos à praia e vemos um cara quebrando uma onda elogiamos: “Nossa, o cara tá com surfe de gringo!” Até quando o nosso mar está bom afirmamos: “O mar está gringo, altas ondas!”.

Exemplos não faltam. Nos últimos dez anos trabalhando com surfe, confesso que escutei tais comentários quase todos os dias, de Norte a Sul do país. De tanto ouvir, cheguei à conclusão de que o conceito de gringo no surfe brasileiro consiste em: tudo aquilo que não é brasileiro possui alta qualidade. Ou seja, não se trata apenas de um conceito de exclusão, na verdade, de auto-exclusão.

Vamos testar nosso conceito. Veja o exemplo acima em que chegamos à praia, vemos um cara quebrar uma onda e elogiamos: “Nossa, o cara tá com surfe de gringo!” Se o cara fosse um estrangeiro, tudo bem, estaria resolvido. De supostos preconceituosos, passaríamos a entendidos do assunto. Mas não é o caso. No exemplo citado sabemos que o cara é brasileiro, afinal, admitimos que ele “está com surfe de gringo”. Neste caso, para melhor compreensão do que queremos dizer, devemos pegar o surfista e separá-lo do nível de surfe que ele possui. Ou seja, o surfista é brasileiro e o surfe dele é de é gringo. Em outras palavras, não temos dúvida que o surfista do exemplo jamais será gringo. Nasceu e é reconhecido como brasileiro, mas naquele determinado momento, por conseguir alta qualidade, ele se superou e fez um surfe gringo. O surfe dele foi promovido a gringo, mas ele, coitado, continua a ser brasileiro.

O mesmo se dá no exemplo da prancha. Quando pegamos a prancha já sabemos que é brasileira, já vimos a marca. Como a tal da prancha está muito bem feita, dizemos que ela tem alta qualidade como as gringas.

Coitada da prancha, já está pronta e em nossos braços. Nasceu e foi condenada a ser brasileira para sempre, mas como somos pessoas justas damos a ela uma espécie de selo de qualidade de: “não brasileira”.
Aliás, com tanta qualidade, chamá-la de brasileira seria uma injustiça, uma ofensa. “Nossa, essa pranchinha está gringa!” Mais uma vez, assim como no exemplo do surfista, separamos a prancha de sua qualidade. Ora, mas vamos com calma! Lembre-se, não é uma prancha gringa e sim uma brasileira que se superou.
Seguindo esta opinião tão consolidada no surfe brasileiro, creio que no futuro conseguiremos nos comunicar de forma mais clara e objetiva. Só então vamos afirmar em nosso dia a dia que nossos surfistas, pranchas e ondas já podem ser consideradas “não brasileiras”. Ficaria mais ou menos assim: “Nossa! Você viu as ondas do Adriano de Souza ontem no WCT? Ele está pegando muito, parece até um não-brasileiro.”
Desta forma, fica claro percebermos que existe a muitos anos no surfe brasileiro um critério de qualidade pré-estabelecido e dividido em três níveis. São eles: “brasileiro”, “não-brasileiro” e “gringo”.
O nível “brasileiro”, que tanto dizem por aí, é o nível básico que sempre nos contemplamos. O nível “não-brasileiro” é aquele que atingimos quando conseguimos nossa auto-superação como vimos acima no exemplo da prancha.

Com relação ao “nível gringo”, sinto informar que graças ao sentimento que prevalece em nosso país, tal nível jamais será alcançado por nós brasileiros. Teremos sempre que nos contentar em sermos brasileiros e no máximo, em nossos dias mais brilhantes, podemos nos promover a “não-brasileiros”. Que pena, não é verdade? Jamais seremos gringos.
Aliás, a culpa é nossa. Fomos nós que criamos tal preconceito, ou melhor, auto-preconceito. Fomos nós que começamos a chamar “eles” de gringos. Respondendo a pergunta do início do texto: quem são eles? “Eles” são todos ou outros que não somos.
Até aí tudo bem. Mas o problema é que agora queremos ser “eles”. Usar as pranchas deles, se vestir como eles. Nossa, que loucura! Será que isso é possível?

Claro! Não fiquem tristes! São nesses momentos que nosso jeitinho brasileiro sempre aparece para nos salvar. É muito fácil. Custa um pouco mais caro, mas garanto que dá certo. Só tem que ter fé, acreditar de verdade!

Compre uma revista de surfe, pode ser brasileira mesmo não tem problema, veja um anúncio de uma marca gringa e o endereço de uma surf shop mais próxima de sua casa. Vá até lá e compre uma prancha gringa.
Pronto, resolvido! Quando você chegar à praia todo mundo vai achar, pelo menos por alguns instantes, que você é um gringo. Todo mundo vai elogiar a sua prancha gringa e dizer que você evoluiu muito por causa da prancha. Ora, se deu certo com um surfista brasileiro do WCT, porque não vai dar certo com você?

Se você não é surfista, não se desespere! Você pode comprar uma camisa, uma bermuda e um tênis gringo. Garanto que assim você será um gringo, será aceito em todos os lugares e o “mundo” do surfe brasileiro ficará feliz com você. Afinal, você é o mais importante, o que faz mover toda essa engrenagem.


domingo, 17 de outubro de 2010

Brasileiros em busca de sexo no Gringolândia

No "Manual do Cafajeste" (pra Mulheres) encontramos essa historia:
Titulo original:
Brasileiros no exterior (part I)


Essa última viagem que fiz foi um pouco diferente das que eu estava habituado. Isso porque,
como vocês já sabem, eu estou namorando e ir para o exterior compromissado nunca esteve nos meus planos. O que não quer dizer que eu só viajava com o único intuito de comer uma gringa, mas digamos que era algo que me atraia. Agora nessa viagem, eu aproveitei o meu “estado civil” para aprofundar minha análise como espectador e não ator.
Bom, antes de viajar para Budapeste, uns amigos que moram lá e que me abrigaram em sua casa já tinham cantado a bola, “Cafa, se prepara que isso aqui é uma Babilônia”. Achei que fosse mais um daqueles tantos “alertas” que eu recebia antes de viajar para fora, mas que ao chegar ao local era tudo balela. Porém, não foi o caso.
Assim que cheguei na sexta-feira a noite, eles já me colocaram em um esquenta e começaram a contar as histórias de putaria. Por incrível que pareça, as húngaras e gringas em Budapeste são muito mais fáceis e acessíveis que as brasileiras, mas eu ainda acreditava que aquilo era conversa de brasileiro, eu precisava ver pra crer. E vi.
No dia seguinte, a única coisa que eu pensava era, essa garota deve estar morrendo de vergonha e vai se jogar da janela quando se lembrar o que fez. Mas que nada! As duas tomaram café da manhã com a gente na sala e rasgaram elogios para os brasileiros, “Olha o corpo de vocês, olha os olhos, vocês tem pegada, tem sensualidade”. Apesar de eu não ter pegado, nem preciso dizer que depois de tantas viagens malfadadas, senti uma pontinha de
felicidade e orgulho de macho bobo brasileiro.Fomos a uma balada que fica embaixo do prédio deles. Eram 6 brasileiros e sempre que algum colava em uma húngara ou gringa e falava que era brasileiro, ouvia-se uns gritinhos e risos maliciosos. O grande truque não era iniciar uma conversa ou falar frases bonitas, era chegar encoxando, mostrando virilidade e jogo de cintura, isso adido ao fato de ser brasileiro, já garantia 80% de sucesso na empreitada. 3 dos brasileiros se engraçaram com duas irlandesas e de repente sumiram do lugar. Eu e mais dois ficamos mais um tempo bebendo e resolvemos voltar para o apartamento. Ai eu vi a Babilônia.
Vou poupar vocês de cada detalhe, mas em linhas gerais, um dos brasileiros levou uma irlandesa para o quarto e ficou por lá. Sim, a matemática não fecha. Sobraram 2 brasileiros e uma irlandesa. Digamos que os 3 se entenderam no meio da sala e ao chegar pude observar de camarote que a garota parecia um ama de leite sentada na mesa e amamentando dois homenzarrões. Eu e os outros 2 brasileiros caímos na gargalhada com a cena e ela ainda nos convidou para participar, mas ignoramos.
No mesmo dia fomos ao shopping e mais massagem de ego estava por vir. Não quero bancar o gostosão e achar que sou uma parada, mas estava impossível. Juro para vocês, de 10 garotas que passavam, 8 olhavam com cara de safada e desejo e 5 mexiam ou seguiam. Um dos caras que mora lá me disse que não era incomum ele conhecer uma garota na rua e já levar pra casa para finalizar. Ai eu quis entender essa mecânica e o motivo das mulheres serem tão fáceis lá (sendo que são maravilhosas) e alguns lugares (como no Brasil) as mulheres serem tão difíceis (e muitas vezes meia boca).
Percebi que os homens lá são lerdos, não carinhosos e sem pegada, quase não chegam nas mulheres. E por isso, elas precisam ser mais ativas (e segundo os brasileiros, são ativas até na cama) e ai ficam todas derretidas quando chega um cara com mais pegada e gentil. Já no Brasil, grande parte dos homens vai com sangue nos olhos na mulherada, a concorrência e disputa são grandes e ai aquela garota que não é tudo isso, é mais exigente com os homens que se aproximam.
Outro ponto que me chamou a atenção é que muitas mulheres “fáceis” lá, são extremamente inteligentes e articuladas. Em uma das noites teve uma festa de despedida de um cara lá e em um determinado momento ficamos conversando (homens e mulheres) na cozinha. Fiquei impressionado. A maioria das “piriguetes húngaras” tinha cérebro e sabia conversar desde política até assuntos do cotidiano internacional. Eu ficava pensando comigo, quando que no Brasil isso seria possível. Piriguete aqui no máximo vai saber discutir sobre o último eliminado do BBB.

E por falar em mulheres no exterior, tive um gostinho do que são algumas mulheres brasileiras vivendo na Europa e porque a fama delas cresce lá. O meu vôo de volta de Milão para São Paulo foi um circo. Havia uma dezena de travestis e mulheres vulgares embarcando. Uma delas parecia um outdoor ambulante brasileiro vestindo do tênis ao gorrinho roupas com a bandeira do Brasil, outras com os peitos pulando para fora do decote em uma cidade que fazia -2 graus Celsius, sem contar a imensa massa de oxigenadas-salto alto-barriga de fora-masca chiclete.
Já dentro do avião, como estava friozinho, coloquei um casaco bonitão que comprei na Eslováquia. Ao sentar na poltrona percebi uma movimentação irrequieta na poltrona ao lado. Tinha um judeu na ponta e ao lado dele uma oxigenada-salto alto-barriga de fora-masca chiclete. A garota tentava puxar assunto com o coitado, mas como ele parecia ortodoxo, não dava muita bola. Logo, percebi que ela queria me incluir na conversa, mas eu não estava com o mínimo saco de falar sobre o carnaval em Olinda (onde ela iria passar) e demais assuntos banais de um cérebro atrofiado.
Infelizmente se tornou impossível a não comunicação com ela, pois devido ao meu casaco, ela achou que eu fosse gringo e começou a tentar falar inglês (sofrível) comigo. Ao perceber que eu era brasileiro, ela me passou o seu Ipodre para ouvir uma música especial “I got a feeling”, dando a entender que a noite seria “a good good night” cantada safada, mas bem sacada. Levantei para tomar um vinho atrás do avião e ela veio atrás…