sexta-feira, 22 de outubro de 2010

BRASILEIROS SE SENTINDO "GRINGO" !

Titulo original:
Os dez mandamentos do Turista metrópoles Asiáticas
Autor: Adriana Setti

Para sentir na pele, tente se transportar ao seguinte cenário.


Você é gringo, tem cara de gringo, jeito de gringo e roupa de gringo. Além disso, você só arranha um “por favor” e um obrigado” em português. E indefeso como um pintinho, acaba de ser despejado no centro de São Paulo ou, quem sabe, em pleno Rio de Janeiro. Com um mísero guia na mão – escrito por um gringo como você –, a sua missão é encontrar um hotel bom e barato e, claro, tentar descobrir os segredos (entre outros motivos, para postar num blog chamado “Achados”) da cidade sem ser massacrado por ela.


Parece pesadelo? Pois mochilar pelo outro lado do mundo e aterrissar em Bangcoc (capital da Tailândia), Ho Chi Minh City (a São Paulo do Vietnã), Hanói (capital vietnamita), Kuala Lumpur (a capital da Malásia) , Phnom Penh (capital do Camboja) e outras metrópoles asiáticas é exatamente quase a mesma coisa. Abre parênteses: com a vantagem de que, pelo menos, assaltar albergue com granada na mão nem passa pela cabeça da patota do olho puxado, graças a Buda, Shiva e Alá. Fecha parênteses.


Com a cabeça calejada de levar pancada, tentei elaborar o rascunho dos dez mandamentos do turista urbano na Ásia (que eu mesma prometerei de joelhos não infringir, sob pena de acabar novamente no inferno).


Vai por mim que você vai se dar bem (ou, sendo mais modesta, pelo menos não vai se dar tão mal):


1. Jamais chegarás sem reservar um lugar para dormir na primeira noite… caso contrário, serás uma ovelha num mundo de lobos famintos: taxistas inescrupulosos que ganham comissões de espeluncas, hotéis que cobram um absurdo de gringos desesperados, tuk-tuks que custarão os olhos da cara, etc.


2. Uma vez reservado um lugar para ficar, tentarás descolar um transporte grátis do aeroporto/rodoviária…ou ao menos procurarás saber o preço máximo da corrida de táxi/tuk tuk/mula/camelo até o destino desejado.


3. Jamais reservarás um lugar para ficar por mais tempo (além dessa primeira noite crucial) sem ver o quarto antes… a menos que o seu melhor amigo o tenha indicado e SE ele houver estado no mesmo lugar muito recentemente. Caso contrário, ainda que você tenha vasculhado o Trip Advisor e o Travel Fish, um obra monumental pode ter começado no dia anterior (isso aconteceu comigo em Phnom Penh, Hanói e Luang Prabang), e outros micos arrasa-férias típicos de cidades em constante transformação.


4. Usarás e abusarás de sites de desconto para hotéis como o Wotif, que tem ofertas espetaculares em estabelecimentos de categoria três estrelas para cima e é focado principalmente nas cidades maiores.


5. Tentarás com todas as forças não chegar à noite, quando tudo sempre parece mais assustador e difícil.


6. Levarás uma boa quantidade de dinheiro vivo, já que apesar de toda a aura de modernidade que paira sobre as grandes cidades asiáticas, o cartão de crédito só é aceito nos restaurantes e hotéis mais caros – e olhe lá (isso deve ser levado a sério principalmente em Hanoi e Bangcoc) – e, muitas vezes, com o acréscimo de taxas absurdas (até 6%!) .


7. Serás valente ao negociar com taxistas e tuk-tuks antes de alojar-se confortavelmente no banco de trás… caso contrário uma corrida poderá custar dez vezes o que pagaria um local.


8. Visitarás o mercado central sem medo de provar os pratos locais (mas levarás no kit de primeiros socorros um bom sal de frutas e um imosec).


9. Aderirás ao método local ao atravessar a rua, ou ficarás para sempre no preso no mesmo quarteirão.


10. Irás com as suas próprias pernas à embaixada de um país vizinho caso precise de um visto para a sua próxima empreitada, ao invés de entregar o seu amado passaporte a uma agência qualquer (mesmo que a atendente fale inglês perfeitamente, tenha cara de bonequinha e pareça ser incapaz de fazer uma maldade).



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